sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Pseudodinamismo

Era uma velha, enferrujada e deserta estação de trem com um nome estranho que não me lembro. Os trilhos eram desgastados e davam a impressão de não terem sido usados há muito tempo. Não fazia a mínima idéia de como havia chegado a esse fim-de-mundo e nem porque não havia saído imediatamente de lá. Não era exatamente o tipo de lugar que eu me imaginava estar. Geralmente, eu sempre estava em lugares cheios de gente. Sempre fui fã da algazarra, do barulho, dos lugares lotados. Mas ali estava: só, em silêncio e pensativo. Seria algum tipo de loucura, devaneio? As coisas simplesmente não pareciam estar certas. Do banco descascado em que estava sentado só enxergava a parede da frente. Uma parede cinza meio avermelhado com um degradê de manchas tristes. Dos dois lados só escuridão. Mistério. Estimula a criatividade para coisas fantásticas. Nem sinal do trem. É claro que nem sonhando o sinal do celular iria pegar num lugar desses. Estava tudo tão quieto. Uma tênue luz vem vindo, e vai aumentando e o barulho conhecido logo se segue. Já era tempo! Entro correndo e... meu Deus! A essa hora já tá lotado!
Vislumbrando fuguras de construções familiares percebo meio tarde que havia esquecido a carteira naquele banco.

3 comentários:

Anônimo disse...

e agora??
volta lá pra buscar, besta!

Alice Agnelli disse...

os documentos estavam na carteira?

porque sei lá, a partir do momento em que vc nao tem um rg descrevendo-o como uma seqüencia numérica, e a partir do momento em que sua palavra não é mais acreditada - então vc diz ser o número tal mas ninguém percebe, vc sai do sistema.

e aí?!
vai pegar os documentos ou tentar se fazer valer pelas palavras?

William K. disse...

Olha Alice...
Uma questão como essa é digna de um novo post, um dia...
Quem sabe quando eu dormir e acordar de novo naquele mesmo lugar e ver tudo acontecer novamente da mesma forma que deveria ter sido, uma resposta apareça