sábado, 5 de maio de 2012
MSN com -ela
Bixa, e a Carol?
Arthur diz
carol?
Vinícius diz
Ah! A velha e boa
Arthur diz
vc quis dizer "Gabriela"?
Vinícius diz
Cravo e Canela?
Arthur diz
pão com nuttela
Vinícius diz
Cara de panela?
Arthur diz
alho e berijela
Vinícius diz
Sorriso pra ela?
Arthur diz
sem dentadura é banguela
Vinícius diz
sem caminho é pinguela?
Arthur diz
custa uma bagatela
Vinícius diz
Nem tanto, quanto aquela
Arthur diz
casaria com ela na capela
Vinícius diz
Assim você apela
Arthur diz
era cheia de ramela
Vinícius diz
E tinha a cara amarela?
Arthur diz
tinha, acho que tava com varicela
Vinícius diz
Ah! Isso é balela!
Arthur diz
acho que foi de comer muita mortadela
Vinícius diz
Pode ser, vi muitas numa baixela!
Arthur diz
dizem que fica bom com costela
Vinícius diz
Cuidado para não cair na lapela
Arthur diz
pegaria mal pra donzela
Vinícius diz
Donzela? Dela, humm!, só lambidelas...
Arthur diz
daquela que descabela
Vinícius diz
Uh! Toca uma vuvuzela!
Arthur diz
opa! dessas eu tenho uma amarela
Vinícius diz
É doença ou a cor dela?
Arthur diz
é a cor da cadela
Vinícius diz
E o nome? Gisela?
Arthur diz
Daniela
Vinícius diz
Ao menos ela dá a biela?
Arthur diz
sempre depois da novela
Vinícius diz
Em Santiago de Compostela?
Ficou difícil a querela?
Arthur diz
ficou, vou ficar com sequela
Vinícius diz
reza trancado na cela
Arthur diz
como aquele samba da portela
Vinícius diz
swing de favela?
Arthur diz
curto mais uma tarantela
Vinícius diz
Fodeu. Não lembro mais nada pra rimar com "ela".
Arthur diz
tente a paralela
Vinícius diz
Paralela?
Arthur diz
com muita cautela
Vinícius diz
Mas... E o que pensará minha clientela?
Arthur diz
pare com isso, seu tagarela
Vinícius diz
te darei um chute na canela!
Arthur diz
serei protegido pela minha calça de flanela
Vinícius diz
essa é da Estela!
Arthur diz
aquela garota singela
acho que é hora de jogar a toalha, seu zé ruela
Vinícius diz
hahahaha
vamos bolar outra, outra rima, que aperte menos a fivela!
Arthur diz
ah!
assim você apela
Vinícius diz
pare de reclamar, gazela1
Arthur diz
seu filho de uma pisadela!
Vinícius diz
Minha mama não é magricela!
Arthur diz
afinal, de remédios, tomou toda uma cartela
Vinícius diz
mas ela nunca comeu moela!
Arthur diz
vou parar de te dar trela
Vinícius diz
Tô te dando uma ;)
(piscadela)
Arthur diz
só se vc cantar a aquarela
Vinícius diz
Não posso. Hoje estou de sentinela.
Arthur diz
não rola cantar desde a janela?
Vinícius diz
Vazia está a ruela
Arthur diz
foi todo mundo dançar a dança da manivela
Vinícius diz
CREDO! Apelou! Tá com salmonela?
Arthur diz
cara, vou te sentar a chinela
Vinícius diz
Aqui não tem McDonalds, nem áfrica. Tem Venezuela!
Arthur diz
ouvi dizer que lá eles tem cabelo de tigela
Vinícius diz
Isso é coisa de bixa de telenovela!
Arthur diz
(ihh, novela já foi)
Vinícius diz
mas não foi telenovela
Arthur diz
Vinícius se rebela
Vinícius diz
Ainda se você fosse bela...
Arthur diz
como a Marcela
Vinícius diz
Ah! Quer saber... Vou pro banho descascar a berinjela
Arthur diz
hahaha, até mais, bilela
terça-feira, 10 de abril de 2012
Ode ao amor cacofônico
Essa fada da paixão
Beleza ímpar valia por mil
Rompeu o lacre, tina de sentimentos
A boca dela seduzia
Atiçava carinho, mas vil
Só dava diabruras
domingo, 2 de outubro de 2011
Despensa II - O Retorno
Além disso, cresci uns centímetros
Os grãos de areia deram algumas voltas dentro da gaiolinha de vidro
Mas não só isso.
Numa noite de sono leve e tranqüilo, volto a acordar subitamente
A fome, como sempre, rosna em meu estômago
Mais uma vez, caminho em direção a ela...
Chego mais rápido
A distância parece ter encurtado
Com algo de força, abro aquela porta
Meus sentidos experimentam novamente aquilo que nunca chegaram a esquecer
Lá estão! Todos eles!
Quero destapá-los, desvendá-los, devorá-los!
Decido controlar meus impulsos
Melhor ter cautela
As coisas mudaram, mas nem tanto
Estranheza e receio continuam presentes
Do mesmo modo, a fossa está ali
Menor, menos ameaçadora...
Mas não deixa de estar ali!
Talvez valha a pena tentar
Talvez não
Meu pé arrisca um passo
Mergulha a ponta de meus dedos no líquido escuro
Criança desobediente, ignora os comandos do cérebro
Meu corpo se alarma
No entanto, nada acontece...
A bota protege
Diante da nova informação, o corpo todo move-se em direção a eles
Só a cabeça fica pra trás tentando controlar a situação
Pobrezinha! Tão confusa!
Agarro (pode-se usar a primeira pessoa quando o cérebro não está envolvido na ação?) um deles
Mas a coragem não é suficiente para abri-lo
Cabeça obtém algum sucesso:
Preocupações repentinas me dominam
Será?
Passo algum tempo olhando aquele potinho
Seus contornos delicados,
Sua forma, tamanho...
Como será tudo dali de dentro?
E eu quero mesmo saber?
E se entrar, consigo depois sair dali?
Sento no chão e me acomodo
Ainda tenho-o entre minhas mãos
Continuo a contemplá-lo
Assim,
Do lado de fora,
Garantindo, acima de tudo, segurança.
De tempo em tempo, começo a girar sua tampa
O suficiente para que uma frestinha se abra e liberte um não-sei-o-quê de lá dentro
Ao que minhas mãos, rapidamente, respondem voltando a rosquear a tampa.
Assim está bom
Ótimo
Pelo menos por enquanto...
sábado, 1 de outubro de 2011
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
domingo, 11 de setembro de 2011
colonização para leigos
veio o Índio recebê-lo.
o português deu-lhe
terno, idioma, passado.
o Índio agachou
e deu-lhe bunda.
o português recusou
disse
que
por
ora
só
ia
ficar
com
o
pau
.
domingo, 29 de maio de 2011
terça-feira, 17 de maio de 2011
Engraçada
domingo, 1 de maio de 2011
Pós-modernismo religioso
Individualismo vidrifica a alma
E às pedras no meio do caminho
Espatifa
Para a reconstrução do ser
É preciso elevar a temperatura
Assim a salvação da alma
É o inferno
quinta-feira, 31 de março de 2011
sexta-feira, 25 de março de 2011
Auto-opressão
Calada à espreita
numa esquina estreita
lá ela aguarda
pronta para o bote
Qualquer movimento
sensação ou sentimento:
ataque em silêncio
censura, boicote
Eis que ela sou eu
meu eu desdobrado
que vive guardado
à espera de ação
E quando ela vem
não fala nem chama
apenas derrama
rancor, desilusão
Cansei de ser eus
Um que tenta, não se contenta,
Um que reprova e que reprime,
Dois que choram,
Então.
terça-feira, 15 de março de 2011
O pior que poderia acontecer
eis que a vida me soca, me estupra e cospe na minha boca.
O pior que poderia acontecer, aconteceu.
domingo, 13 de março de 2011
Despensa
São três horas da manhã
Sinto fome, um vazio por dentro
Dirijo-me à despensa
O caminho é longo, é difícil
Custa caminhar
Os passos vão consolidando-se, um a um
Pesados, longos...
A porta está emperrada
Para abri-la é preciso força, muito esforço
Minhas mãos tremem, meus dedos hesitam
De repente, ela se abre
De seu interior uma luz se liberta
Me ofusca os olhos, os pensamentos
Quando retomo a visão vejo que lá estão eles
Diante de mim há doses cavalares de sonhos, de idéias e ambições
Logo atrás encontram-se caixas repletas de utopias
Mais abaixo estão enormes potes de vontades e sacas e mais sacas de ânsias incontroláveis
Entre eles vejo também outras embalagens sem rótulo nem etiqueta, que ali descansam em meio a todas as outras
Ainda na porta, ponho toda minha atenção em cada detalhe daquele lugar
Suas prateleiras gastas, suas paredes descascando, e todas aquelas coisas perfeitamente desordenadas
Um cheiro me envolve:
Uma mistura de aromas estranhos e desconhecidos e algo de umidade
Sim! umidade...
Noto uma goteira da qual um líquido viscoso e escuro pinga ininterruptamente
Tento examiná-lo à distância... parece ser indefinível
Olho meus pés e logo à frente vejo uma enorme poça, que se espalha por todo o lugar
Uma fossa de castelo
Ela me separa daquilo que desejo
Me causa uma enorme, esquisita frustração
Uma gota robusta cai subitamente, fazendo com que respingos alojem-se em meus pés
Gotículas vão escorrendo por entre meus dedos descalços
Uma dor espalha-se pelas solas
Sobe pelos tornozelos, pernas,...
Sinto-a adentrar todo meu corpo, que se contrai
Caio
Já não consigo me mover
Do chão, tento continuar olhando as prateleiras
Quanto fascínio!
Porém parecem cada vez mais inalcançáveis e distantes
Aos poucos, vai me findando a visão...
Acordo em uma cama
Um desconforto indefinível me toma e vejo meus pés machucados
Olho para o lado e o relógio continua tique-taqueando
Mais um dia se foi.
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
Reminder
Tipo uma dor caramelo
Guardai com muito zelo
Pois não tornarás a vê-lo, tê-lo ou sê-lo
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
passar ou passado?
Tu passas,
Ele passa...
por mim.
O passo não
passa...
É passado.
O paassado,
as passadas
permanecem... [estão pegadas
nas veredas
d'alma.]
Nas passadas,
está passado o que me formou:
sem-ti-mento,
dor,
há-mor?,
in-certeza,
ah-mor,
feliz-idade...
E as muitas pessoas que
passaram,
mas permaneceram...
Passado,
que belo espelho ...
olho pra trás pra seguir em frente!
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
Cavaleiros das Mesas Redondas
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
auto do concretismo
que a barca
tudo abarca.
Se algum concretista já escreveu algo parecido, ele que venha tirar satisfações!
cretinos!
sábado, 27 de novembro de 2010
Wanderson
da boemia com a vida,
aprendi que chamando
moleque de senhor,
o bandido vira gente.